quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Uma loira, por favor

Decidi fazer um post homenageando as loiras. Digamos, mais precisamente, que é um louvor em tom de desabafo por mais paradoxal que isso possa parecer. Quero estender o tapete vermelho para as loiras que já foram alvo da Campanha #pracasar (ainda que o marketing, à época, não existisse de fato). Sim, falo em primeiro lugar daquela loira charmosa, magra e alta que conheci há uns quatro anos. Ainda com humor resguardado – sim, a gente vai perdendo a vergonha aos poucos – enviava umas indiretas por e-mail. Afinal de contas, eu não era tão direto assim como sou hoje!
Não sei como fui capaz de ainda levá-la ao Chez Phillipe (aos leitores de fora da Província: um dos restaurantes mais chiques de Porto Alegre). Ainda a presenteei (vejam vocês que esse costume de presentear as namoradas, ou as possíveis, vem de longa data) com bolsa Louis Vuitton e um par de calçados. Na mesma ocasião entreguei lindas flores em forma de coração. Pelo menos isso ajudou a ganhar terreno. Até cheguei perto. Os pais delas vieram aqui e me chamaram de genro em uma conversa informal. Mas, até hoje, não sei o que aconteceu. Nenhum de nós quis se abrir. E quis o destino que não formássemos par e olha que seríamos um belo casal. Falo mais por ela do que por mim, naturalmente. Hoje apenas sei que ela vive, ou quem sabe sobrevive, na região sudeste. Foi tudo o que restou, além do inquebrantável silêncio entre uma troca de olhares que vem de vez em quando na memória.
Mas não desisti das esbeltas loiras insinuantes. Por isso surgiram outras em minha vida. E lá ia eu continuando com as mesmas táticas, mas um pouco mais acuradas. Fui me aperfeiçoando com cantadas mais instigantes, mas sempre apostando alto nas loiras. Até poemas fiz. Desculpem-me, mas enviei a mesma versão para duas ou três delas. Mas nem mesmo os doces versos  adiantaram. Quase a totalidade delas não pegava o espírito da campanha. Aliás, a que pegou, se disse enlouquecidamente apaixonada e desistiu em menos de 72 horas. Me restou concluir que loiras não entendem cantadas inteligentes. Pelo menos todas que conheci até agora (fique bem claro que não faço distinção de gênero pela cor do cabelo, pois “vai que...” como diz o @magrolima lá no Twitter). Em resumo, elas não aceitam nem um pedido gentil para jantar. A proposta, por si só já é tentadora, pois o evento promete vir acompanhado de um leve Beaujolais ou o marcante Almaviva. Mas, finalmente, descobri a razão pela qual elas tanto me desprezam. É que as loiras tendem a ser cheias de si.
Acho que por isso, até hoje, só conquistei o oposto das loiras. As morenas, no meu entender, são mais equilibradas, racionais, dinâmicas, perspicazes, gentis, humildes e inteligentes. Às vezes um tanto ansiosas, talvez um pouco manhosas. Mas qual mulher não é? Pensando bem, me resta abrir meu grande sorriso característico conhecido de todos e pedir com ar jovial ao garçom: “Traga uma morena aí, por favor. Mas pra vida toda, hein?”

Nenhum comentário:

Postar um comentário