segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Lua nova

O tempo nublado – que prometia forte temporal – mudou meus planos no sábado passado. Gostaria de ter ido ao cinema, costume que gosto de ter justamente para aproveitar os 60 minutos que nos são devolvidos quatro meses depois pelo fim do horário de verão.  Tive que permanecer em casa.
Quando a gente ama, uma das características mais pulsantes é a preocupação com a pessoa que é objeto do nosso carinho e dedicação. Após trocarmos vários e-mails ao longo da semana, além de torpedos insaciáveis, fiquei apreensivo. É que ela não me mandava uma mensagem há mais de quatro horas. Pedi se estava tudo bem. Ela prontamente se desculpou e disse que apenas estava no shopping fazendo compras e não viu o tempo passar. O que a fez ficar mais tempo lá foi uma chuva torrencial que caiu na cidade. Meu coração, enfim, voltou a sorrir.
Enquanto eu bebia o ótimo vinho português Esporão acompanhado de petiscos, trocávamos mais mensagens. Logo em uma das primeiras o sinal de nossa química perfeita. Ela afirmava que gostaria de estar em minha companhia. Mas não seja por isto. No que depender de nós, logo esta realidade será visível. Afinal, estamos separados apenas por cerca de uma hora e meia de distância.
Um dos torpedos trazia perguntas instigantes. Daquelas que não se respondem facilmente. “Consigo fazer tudo isso? O que eu tenho de diferente? O que você viu em mim?” São coisas difíceis de explicar pela lógica racional. Não foi somente a beleza descomunal que me atraiu. Seu jeito simples, meigo, seu modo de contar tudo sem rodeios, mas também ao mesmo tempo um quebra-cabeça complexo como ela bem disse ser. Mostras que estou diante de uma mulher que se conhece. Todas estas características, somadas, me chamaram a atenção. “Sou cheia de defeitos”, sentenciou no torpedo a seguir. Era o que faltava para me conquistar de vez. “Anjo, também sou repleto de defeitos”, respondi prontamente. “O tema até será base para um texto do blog a partir de segunda”, já anunciava. “O casal é como se fosse um par de pedras irregulares, defeituosas, que ao irem se conhecendo vão se moldando”, filosofei. Ela respondeu que estava ciente que temos defeitos, mas o mais importante é fazer com que brilhem nossas qualidades.
Pedi, naquele dia que a tristeza parecia tomar conta de parte do dia dela, que ela fosse dormir com um sorriso nos lábios. Ela disse que faria isso, pois estava certa de estar se encontrando e indo de encontro à felicidade. Enfim, a mesma convicção que eu passei a ter naquele final de noite.
A chuva que então se anunciava cair em Porto Alegre não vingou. Mas o tempo permanecia encoberto. Mesmo assim eu, do meu apartamento, conseguia ver a lua nova que estava se instalando em nossas vidas. A protagonista de um dos filmes que ela mais adora se chama Bella – um nome, aliás, que diz tudo sobre minha amada. Agora resta continuarmos a desenrolar o novelo do conhecimento para, em breve, acompanharmos junto o eclipse e o amanhecer que nos presentearão com a felicidade perfeita.

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