No domingo, 6 de fevereiro, completei exatos 17 anos que deixei a casa dos meus pais. Eu, com apenas 13 anos, ia ser gauche na vida. Não no sentido específico do poema de Drummond que dava uma conotação negativa ao termo. Explico: o poeta se sentia desajustado diante do mundo em uma visão pessimista da realidade. Eu, ao contrário, desde a adolescência sempre via o copo meio cheio conforme já contei aqui.
Aprendi logo cedo a me virar sozinho. A vida me ensinou a ser ordenado, a colocar objetivos diários, a cumprir metas no curto e longo prazos. O segundo objetivo (o primeiro contarei em outro post) era estudar e foi o que fiz sempre com muito afinco. Na escola, achavam estranho que eu sabendo tanto de química, física e matemática quisesse jornalismo, publicidade ou direito. Sim, sempre fui um tanto complexo, mas não tanto quanto as almas femininas.
Nos primeiros anos a saudade sempre batia forte – não é que o sentimento seja menor atualmente. O ambiente do seminário, nos primeiros três anos, foram vitais para solidificar amizades e entender um pouco da lógica do mundo. Isto tudo em uma fase onde nossos hormônios estavam em estado de ebulição.
Hoje uma dúvida me assalta e, de antemão, já a divido com a futura namorada que pode estar lendo este post. Também mandaremos nossos filhos tão cedo para fora de casa? Minha opinião é que não deve ser assim. Nada melhor que o aconchego do lar para tratar um filho. Claro que cobrarei responsabilidades desde cedo, mas chegará um momento que devemos deixá-los para o mundo. Afinal, ser gauche na vida faz parte de nosso amadurecimento. Nem que seja cedo demais. Ou mesmo tarde demais.
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