sábado, 30 de abril de 2011

Reflexões riograndinas III

Continuemos o papo falando da pressa. Sim, a velocidade foi a culpada por afundar grandes romances na minha vida – sem que eles tenham começado de fato. Ela disse, sem rodeios, o seguinte: “Se o homem já quer assumir uma relação logo de cara, a mulher foge”. “Ela deve pensar: ‘Nossa, ele é ansioso demais. Deve estar desesperado’. Da mesma forma acontece o contrário. Enfim, se a pessoa está carente, já é um sinal de dependência e ambos correm”, disse.
Ela está coberta de razão. E, finalmente, a amiga virtual dá uma lição de moral para ambos os sexos que vivem neste mundo cada vez mais egocêntrico. “Os preconceitos são colocados logo no inicio. Por causa de uma avaliação precipitada, o desfecho já se define. E lá se vai uma grande oportunidade de conhecer alguém legal”, argumentou.
Hei de concordar com ela. Eu mesmo já fui refém de situações como esta. Você está ali, se entregando à pessoa, se dando a conhecer, conhecendo-a, fazendo mimos e, do nada, ganha um Unfollow (que, em tempos modernos, é a nova nomenclatura do “fora”). Novamente, você se dá a conhecer, conhece-a ainda que superficialmente, escreve poemas, manda flores e ursinhos e tem de ouvir – não da própria boca da pretendente, mas ler em um post do Twitter – que textos em um blog não são suficientes demais para conquistá-la (sim, eu já havia mandado poema, flores e ursinhos). Outra vez , você se dá a conhecer, conversa muito com a pessoa, mas ela deixa a porta apenas entreaberta. Convenhamos, já é um bom sinal! “Você me acha fechada demais?”, certa vez uma garota me perguntou. Respondi afirmadamente que sim, mas que a respeitava. Continuamos conversando até hoje. Sinal que o final, desta vez, possa ser feliz. Sem precipitações, naturalmente.

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