Revista nacional masculina lançada há sete meses no Brasil me envia carta. Também me dá três meses gratuitos de assinatura. Na correspondência, logo acima, vem o afago: “Você é o cara. (...) é para você que conquistou coisas bacanas na vida. Um estilo, por exemplo.” Eu, obviamente, já sabia disto.
Depois a carta diz que nós, homens, já ficamos sensíveis. “Aprendemos a assistir a filmes de Jennifer Aniston e fingir que gostamos”. Bom, eu nunca fingi nestas ocasiões. Há homens que fingem para agradar as mulheres, portanto? Que crueldade...
Continua: “Somos capazes de discutir, sem corar, assuntos como decoração e se o risoto ficou salgado demais. Nós cozinhamos o risoto.” Eu nunca fiquei tal qual um pimentão ao falar destes temas. Tem homem que fica?
E a parte mais fulminante que, por mim, não seria necessária: “Já pagamos a conta dos avanços das mulheres. Nós a apoiamos. Tudo isso sem deixar de lado o papel de provedores e guerreiros.” Mas bah, há gente contra o avanço das mulheres nos diferentes campos?
Para uma publicação que se diz feita para o homem, fica a dica de que se deve rever tais conceitos. Lembrem-se que nós, homens, simplesmente ao pó voltamos sem a presença das almas femininas ao nosso redor. Sim, eu sou o cara. Mas desapareço no tempo e no espaço sem a salvaguarda de um olhar feminino. Enfim, sou a terra. Elas (e, em breve, apenas ela) são as partículas de ar que respiro.
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