quarta-feira, 16 de março de 2011

Química, física e biologia

Sempre fui bom em química, aquela matéria que faz os jovens terem espasmos. Da mesma forma, obtinha ótimas notas em física. Sempre fui bom com números. Em Ciências, como a Biologia, também era tido como uma das referências na classe desde os tempos que frequentava a escola estadual. A única coisa que me desconcentrava era uma mania protagonizada pelo professor de Ciências. O mestre afirmava praticamente toda semana que eu sofria de “apaixonite aguda” – mal (ou seria uma benção?) que parece estar comigo até hoje.
Digamos que a ciência explica minha aguda paixão. É que eu e a química somos indissociáveis. Diferente dos outros homens que teimam em associar a palavra “química” a se apaixonar ou mesmo a se apegar, eu a vejo como um deslumbre. Não me arrisco a explicá-la. O sentimento é algo incontrolável: você sente as pernas tremerem, o coração disparar, o olho estalar. Tentar desvendar o ato supremo do amor em um conceito me é impossível. É como a convivência com aquela bactéria que, habitante de nossos corpos, nos faz buscar – a qualquer custo – a vida. Prefiro ser adepto da ignorância neste caso específico. A explicação, talvez, até alguém possa me dar um dia, mas prefiro experimentar a química da paixão inúmeras vezes. Sem tentar compreendê-la.
Para fechar o ciclo nada mais justo do que dizer que a matemática é essencial nesta fórmula toda. Afinal, a probabilidade anda de mãos dadas com a química. Meus olhos, por exemplo, já vislumbraram milhares de garotas – todas repletas de beleza singular. No entanto, a química, esta ingrata, nunca deu as caras verdadeiramente. Sempre se sobrepuseram a física e a biologia (sim, meu filtro passa pela beleza da escolhida, o que tem muito a ver com a biologia, naturalmente, e a conseqüente descendência).  É que para a química do amor ganhe forma é preciso a fusão de dois corações. E, até hoje, o máximo que cheguei foi a uma transfusão noturna.
Definitivamente, continuo sendo um bom aluno. Posso entender, ainda hoje, de todos os conceitos da física, química, biologia ou matemática. Mas na escola do amor, somente tenho entrado em constante recuperação. Para virar este jogo somente um fato será necessário: o encontro final e definitivo com minha amada, a mestra que me fará sua parte me dando o prazer de ter o amor correspondido. A partir desta união, quem sabe, eu possa conceituar a famosa “química” dos corpos apaixonados. Somente não sei se terei tempo suficiente. Afinal, ficarei entretido com minha escolhida. O objetivo, dali em diante, será fazê-la feliz por todos os dias de nossas vidas. Quem sabe então eu vire a página da infância cercada de ciências. Já homem crescido, procurarei encontrar o caminho de nossa felicidade através da prosa e da poesia. Os versos (ah, os versos), estes sim explicam o amor.

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