Certo dia dois homens discutiam a miscigenação brasileira em uma barbearia. Sim, é isto mesmo! Frequento uma barbearia onde os temas vão da sociologia à filosofia. Bem, um deles pregava que o brasileiro não se valoriza e, por isto, não cobra do poder público o que é seu de direito. Segundo ele, o povo europeu é muito mais educado e correto. Ele dizia que nossa mistura de negros, mestiços, europeus, índios, etc nos fez ser uma população medrosa, sem pulso firme.
Outra pessoa, no sábado passado, trouxe à tona a mesma situação. Desta vez tomando por base o comportamento dos japoneses depois do terremoto e tsunami. “Por aqui tomba um caminhão de mercadorias e lá vamos nós, como macacos, roubar os produtos. No Japão, mesmo na pior das situações, eles continuam firmes e fortes. Por aqui é mais fácil atrapalhar do que ajudar”, me confidenciava ao ouvido.
Fico me questionando se não é nossa antropologia brasileira que explica o fato da minha solteirice. Afinal, darei tudo do melhor para a futura namorada e o que tenho recebido são somente manifestações de desprezo. Estou por concordar que brasileiro gosta mesmo de sofrer. E no amor não é nada diferente! Algumas mulheres, por exemplo, abrem mão de um gentleman para abraçar os medíocres. Outras se negam a agendar um jantar cujo pedido foi feito há muito tempo. Outras ainda, depois de retomada uma amizade por assim dizer perdida, não se dão ao luxo de se dar a conhecer, qualidade primeira para fazer o amor florescer. Somos mesmo um povo subdesenvolvido. Menos mal que eu consegui evoluir.
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